Descansar na rede, nunca mais!

9 de julho de 2012

or Ari Cunha, Correio Braziliense, 08 de julho de 2012
Organizado por Claudia Tavares, o Interlegis apresentou o 2º Seminário de Política e Novas Mídias. Ocuparam a mesa o diretor de Comunicação Social do Senado, Fernando Cesar Mesquita, Demetrius Bicalho, do Centro de Documentação e Multimídia do Senado (Cedoc), e os palestrantes Alexandre Otramari, da Agência +55, e Marcelo Minutti, da FSB PR/Digital.
Marcelo começou a apresentação com os seguintes dados. Para alcançar 50 milhões de usuários, o rádio levou 38 anos; a tevê, 13; a internet, quatro; e o Facebook, nove meses. Aos que resistem em encarar a internet, vale a explicação. Facebook é uma forma de encontrar amigos sem cerveja, sem pessoas em volta, sem dança ou cheiro de cigarro. A porta de entrada é o e-mail e a senha cadastrados.
Ao acessar pela primeira vez, o usuário monta o próprio perfil, descrevendo preferências, esportes, livros, músicas. Troca mensagens, imagens, vídeos, convites, datas de aniversários e pode selecionar previamente quem terá acesso às informações postadas. Provoca discussões com frases de efeito, desperta ódio ou simpatia. Pois bem. Em fevereiro deste ano, o Facebook tinha quase 850 milhões de usuários ativos.
Voltando à palestra, Marcelo Minutti discorreu sobre a diferença do uso da rede por brasileiros. Por aqui, o assunto é tratado com menos profundidade. Em compensação, a interatividade é absoluta. Com o termo Homo digitalis, Minutti projetou como a geração que nasceu na era dos computadores se comporta, faz amizades e, principalmente, como essa meninada se comunica. Dá para vislumbrar um futuro com menos contato físico, mas com intensa troca de ideias. Às vezes, supérfluas, mas de força arrebatadora quando disseminada por seguidores.
A comunicação atual passa da passividade do espectador de tevê para a mobilidade de informações e participação pelo celular em diversos sistemas, como SMS, Twitter, Instagram, Messenger e Facebook. Dados da Anatel informam que, no Brasil, há 250 milhões de linhas de celulares ativas. A AppStore já teve baixado 1 milhão de aplicativos. Cada vez mais o mundo segue em direção à democratização da informação.
Vários cases de vídeos postados no YouTube de consumidores que foram prejudicados mostram a força dessa comunicação. Desde o carro que acelerava sozinho, o cadeado vendido como superseguro que era aberto com uma caneta, o bombom estragado, até os grupos de discussões que resolvem todos os tipos de questão e debatem todo tipo de assunto. O mundo perde seus segredos para a internet. Hoje, uma criança chinesa vê o que uma criança da favela desenhou. Não há limite de tempo e espaço.
Outra questão interessante tratada por Minutti foi o neuromarketing. A quantidade de informações recebidas diariamente é tão grande que o cérebro começa a selecionar. Daí estudos mostram novas estratégias de venda, de como aparecer e ser lembrado. Novas estratégias de marketing político, em que a propaganda mentirosa logo cai por terra. Foi-se o tempo em que a rede era lugar para descansar. Políticos, empresários, empresas e celebridades contratam pessoas para monitorar a internet 24 horas por dia para rebater qualquer ataque à imagem.
Com o advento da internet, a imagem pessoal é facilmente depreciada ou enaltecida. Depende da vontade do internauta e da estrutura de observadores, compartilhadores, comentaristas, produtores e curadores. As consequências do efeito viral são imprevisíveis. Um EdgeRank, algorítmo que, pela afinidade do seu gosto, peso de suas postagens e tempo, consegue distribuir e selecionar conteúdos que você irá se interessar.
Por isso, quando abre o e-mail, a barra lateral traz os assuntos de que você gosta. São acessos feitos em sites de viagens, produtos ou textos acadêmicos. Até se no corpo do e-mail for escrita a palavra “arquivo”, ao enviar a correspondência, o programa pergunta: “Você escreveu arquivo e não anexou nada. Deseja continuar a operação?” Assim anda a comunicação no mundo. Cada vez menos particular. O futuro? Marcelo Minutti citou Peter Druker. “A melhor maneira de prever o futuro é criá-lo.” Na terça-feira, continuaremos com a palestra de Alexandre Otramari. (Circe Cunha) História de Brasília
Para funcionar com segurança, o Hospital Distrital precisaria de 60 enfermeiras de primeira classe, e conta com apenas 28. O edifício tem 12 andares e apenas três estão funcionando. O quarto é só para parturientes, e, para se ter uma ideia, há uma média de 15 a 20 partos por dia. (Publicado em 19/5/1961)

2º Seminário de Política e Novas Mídias conta com a participação de Marcelo Minutti, da FSB PR/Digital

Organizado por Claudia Tavares, o Interlegis apresentou o 2º Seminário de Política e Novas Mídias. Ocuparam a mesa o diretor de Comunicação Social do Senado, Fernando Cesar Mesquita, Demetrius Bicalho, do Centro de Documentação e Multimídia do Senado (Cedoc), e os palestrantes Alexandre Otramari, da Agência +55, e Marcelo Minutti, da FSB PR/Digital.

Marcelo começou a apresentação com os seguintes dados. Para alcançar 50 milhões de usuários, o rádio levou 38 anos; a tevê, 13; a internet, quatro; e o Facebook, nove meses. Aos que resistem em encarar a internet, vale a explicação. Facebook é uma forma de encontrar amigos sem cerveja, sem pessoas em volta, sem dança ou cheiro de cigarro. A porta de entrada é o e-mail e a senha cadastrados.

Ao acessar pela primeira vez, o usuário monta o próprio perfil, descrevendo preferências, esportes, livros, músicas. Troca mensagens, imagens, vídeos, convites, datas de aniversários e pode selecionar previamente quem terá acesso às informações postadas. Provoca discussões com frases de efeito, desperta ódio ou simpatia. Pois bem. Em fevereiro deste ano, o Facebook tinha quase 850 milhões de usuários ativos.

Voltando à palestra, Marcelo Minutti discorreu sobre a diferença do uso da rede por brasileiros. Por aqui, o assunto é tratado com menos profundidade. Em compensação, a interatividade é absoluta. Com o termo Homo digitalis, Minutti projetou como a geração que nasceu na era dos computadores se comporta, faz amizades e, principalmente, como essa meninada se comunica. Dá para vislumbrar um futuro com menos contato físico, mas com intensa troca de ideias. Às vezes, supérfluas, mas de força arrebatadora quando disseminada por seguidores.

A comunicação atual passa da passividade do espectador de tevê para a mobilidade de informações e participação pelo celular em diversos sistemas, como SMS, Twitter, Instagram, Messenger e Facebook. Dados da Anatel informam que, no Brasil, há 250 milhões de linhas de celulares ativas. A AppStore já teve baixado 1 milhão de aplicativos. Cada vez mais o mundo segue em direção à democratização da informação.

Vários cases de vídeos postados no YouTube de consumidores que foram prejudicados mostram a força dessa comunicação. Desde o carro que acelerava sozinho, o cadeado vendido como superseguro que era aberto com uma caneta, o bombom estragado, até os grupos de discussões que resolvem todos os tipos de questão e debatem todo tipo de assunto. O mundo perde seus segredos para a internet. Hoje, uma criança chinesa vê o que uma criança da favela desenhou. Não há limite de tempo e espaço.

Outra questão interessante tratada por Minutti foi o neuromarketing. A quantidade de informações recebidas diariamente é tão grande que o cérebro começa a selecionar. Daí estudos mostram novas estratégias de venda, de como aparecer e ser lembrado. Novas estratégias de marketing político, em que a propaganda mentirosa logo cai por terra. Foi-se o tempo em que a rede era lugar para descansar. Políticos, empresários, empresas e celebridades contratam pessoas para monitorar a internet 24 horas por dia para rebater qualquer ataque à imagem.

Com o advento da internet, a imagem pessoal é facilmente depreciada ou enaltecida. Depende da vontade do internauta e da estrutura de observadores, compartilhadores, comentaristas, produtores e curadores. As consequências do efeito viral são imprevisíveis. Um EdgeRank, algorítmo que, pela afinidade do seu gosto, peso de suas postagens e tempo, consegue distribuir e selecionar conteúdos que você irá se interessar.

Por isso, quando abre o e-mail, a barra lateral traz os assuntos de que você gosta. São acessos feitos em sites de viagens, produtos ou textos acadêmicos. Até se no corpo do e-mail for escrita a palavra “arquivo”, ao enviar a correspondência, o programa pergunta: “Você escreveu arquivo e não anexou nada. Deseja continuar a operação?” Assim anda a comunicação no mundo. Cada vez menos particular. O futuro? Marcelo Minutti citou Peter Druker. “A melhor maneira de prever o futuro é criá-lo.” Na terça-feira, continuaremos com a palestra de Alexandre Otramari. (Circe Cunha)

História de Brasília

Para funcionar com segurança, o Hospital Distrital precisaria de 60 enfermeiras de primeira classe, e conta com apenas 28. O edifício tem 12 andares e apenas três estão funcionando. O quarto é só para parturientes, e, para se ter uma ideia, há uma média de 15 a 20 partos por dia. (Publicado em 19/5/1961)

Por Ari Cunha, Correio Braziliense, 08 de julho de 2012