FSB anuncia crescimento de 45% em 2010

7 de abril de 2011

Agência celebra resultado histórico, mas já se prepara para um 2011 difícil.

Em relatório anual que distribuiu na última semana, a FSB anunciou um crescimento em 2010 de 45% sobre o faturamento de 2009. O documento não especifica o valor, mas dados divulgados pelo Anuário Brasileiro das Agências de Comunicação e da Comunicação Corporativa 2010/2011 informam que em 2009 o faturamento da agência foi de R$ 64,3 milhões. Com o crescimento anunciado, recorde na história da agência, a receita bruta da empresa superou, pela projeção deste J&Cia, R$ 93,3 milhões, número confirmado por seu presidente Francisco Soares Brandão e que pode levar a empresa a liderar pela primeira vez o segmento de comunicação corporativa.

O número bateu de longe as próprias projeções otimistas feitas em setembro pelos sócios-diretores Marcos Trindade e Tom Camargo, que à época, em entrevista concedida ao Anuário, previram um ‘excepcional’ crescimento entre 20% e 25%, que já estaria entre 5 e 10 pontos percentuais acima das mais otimistas expectativas planejadas em 2009. Ou seja, foi praticamente o dobro do que eles já consideravam excepcional.

Francisco atribui desempenho histórico à entrada da agência em áreas de negócios de que nunca havia participado, e que trouxeram um retorno muito grande em 2010, como as de pesquisa, digital e conteúdo (análise de mídia); aos projetos diferenciados e de grande magnitude que liderou dentro de sua própria base de clientes (seminários internacionais, por exemplo, com desdobramentos naturais, como publicações, encontros etc.); ao crescimento da carteira, hoje com 160 clientes; aos bons negócios que a campanha eleitoral gerou, como as de Rio de Janeiro, Minas Gerais e Goiás (todas vitoriosas, segundo o presidente da agência), em que a FSB atuou nas áreas de conteúdo e relacionamento com a mídia; no próprio crescimento de contas do setor público; e, fundamentalmente, como destaca Francisco, “à equipe, responsável principal pela vitoriosa trajetória da FSB”. “Na nossa empresa, o maior investimento tem sido em gente, o segundo também em gente, aí vem infra-estrutura, tecnologia etc.”, assinala, lembrando alguns nomes do primeiro time do jornalismo brasileiro que para lá foram e lá continuam, como Sérgio Malbergier, Luiz Fernando Rila, Gustavo Krieger, Ana Maria Tahan, Gabriela Wolthers, Isabela Abdala, Wladimir Gramacho, Maria Claudia e Risoleta Miranda, entre outros. “Agimos – diz ele – como um time de futebol de ponta: procuramos formar uma excelente base e a ela agregar a experiência e o talento de profissionais reconhecidos. É uma filosofia que nos torna sempre muito competitivos, sobretudo porque temos uma política de retenção de talentos diferenciada, que agrega à remuneração tradicional uma relevante participação nos negócios, mensurada pelo sucesso dos projetos. O perfil dessa equipe nos permite dar saltos maiores, ousar, atuar na estratégia de negócios, na inteligência das ações, como em fusões e aquisições, por exemplo.”

Francisco cita duas curiosidades que mostram, segundo ele, a pegada da FSB. “Quem diria que uma agência como a nossa seria um dia chamada por Nizan Guanaes para ser parceira na própria área de comunicação e pela Microsoft, para atendê-la na área digital? Isso só foi possível pela capacidade e empreendedorismo da equipe que temos. E também por ter feito a lição de casa, implantando uma administração e uma filosofia empresarial inspiradas nas boas práticas de nossos clientes, sobretudo os da área financeira – uma verdadeira escola para nós.

Esse olhar e essa inspiração nos levaram a montar núcleos fortes também nas áreas de apoio, como a Jurídica, a Administrativo-Financeira e a de RH”. Francisco detém atualmente 60% do controle da FSB, cujo nome tem as iniciais do seu próprio, com os restantes 40% divididos entre os outros sócios. Além dele, de Marcos Trindade e de Tom Camargo, o grupo dos sócios principais é integrado por Flávio Castro e Moisés Gomes. A agência está presente em Rio de Janeiro, São Paulo (onde começou 16 anos atrás com uma sala e hoje se distribui por quatro andares e meio, no bairro do Itaim), Brasília e Minas Gerais, tem 400 colaboradores e seu faturamento vem hoje 50% do setor privado e os outros 50%, do público. “Mas quero ressaltar que 2010 foi um ano atípico”, pondera Francisco. “Histórico, mas atípico.

E isso já pode ser visto no desempenho de 2011, em que estamos perdendo de 3 x 0, ou seja, tivemos uma queda de quase 20% entre janeiro e março deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado. Se chegarmos ao final do ano zerados, já estaremos mais do que satisfeitos”. Uma das novidades que ele adianta para este J&Cia é a mudança de toda a comunicação visual da FSB, inclusive logomarca, a partir de agosto. E outra é a de que virão mais reforços de peso (“estou convencido de que precisamos reforçar ainda mais o time e nesse sentido já temos pelo menos quatro reforços acertados e que anunciaremos oportunamente para o mercado”).

E as sondagens internacionais, continuam? “Somos procurados o tempo todo para conversas e se bobear falamos todos os dias com gringos interessados no nosso negócio. Mas a FSB não está à venda, até porque seria um péssimo negócio vendê-la hoje, com o crescimento que vem realizando e o potencial de negócios que tem pela frente. Temos hoje uma das melhores redes de relacionamento do País, clientes de ponta, um faturamento excepcional dentro do nosso negócio, que se pode comparar às empresas líderes de publicidade – se retirarmos de sua receita bruta os valores relativos à veiculação –, o Brasil vive um de seus melhores momentos e tudo faz crer que virão outros ainda melhores, e além disso temos um grande apetite para continuar crescendo. Ora, nada portanto justifica vender a empresa exatamente quando ela começa a colher o que foi semeado ao longo de 30 anos”.

Matéria divulgada dia 06 de abril, no Jornalistas&Cia